quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mortalidade nas estradas portuguesas

Mortalidade na estrada volta a subir em Portugal


Alfredo Maia

Entre o início do ano e domingo passado, morreram 823 pessoas nas estradas portuguesas - mais 19 (quase 2,4%) do que entre 1 de Janeiro e 16 de Dezembro de 2006. Segundo a informação (provisória) da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a subida ocorreu em metade dos distritos (ver quadro). Mas foram reportadas menos 1455 vítimas totais do que em 2006, menos 372 feridos graves e menos 1102 feridos leves.

Não há uma tendência para o aumento contínua de vítimas mortais ao longo do ano, conclui-se da leitura dos relatórios mensais. Janeiro (mais oito), Março (mais 22), Junho (mais quatro) e Setembro (mais onze) respondem pela subida de 2,3% no número de óbitos acumulados (623) em 30 Setembro (último relatório disponível), em relação a igual mês de 2005 (609).

Outros indicadores dos primeiros nove meses seguiram uma trajectória inversa. Diminuiu em 1,8% o número de acidentes com vítimas; em 11% os sinistros com mortos e/ou feridos graves; em 2,5% o total de vítimas; em 12,9% o número de feridos graves e em 1,8% o de feridos leves. O que não impediu que o índice de gravidade (o número de mortos por 100 acidentes com vítimas), subisse de 2,3 para 2,4.

A última estatística surge duas semanas após de o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, ter apresentado "a maior operação algum dia realizada em Portugal" na quadra do Natal reforço de grupos e destacamentos da GNR; "efectivo valorizado" da BT de 2100 militares e 750 viaturas"; dispositivo "flexível" da PSP até 3320 elementos; empenho dos comandos, serviços de monitorização e dois helicópteros da Autoridade de Protecção Civil; 142 brigadas de resposta rápida com 994 homens e 284 viaturas de corpos de bombeiros; emergência médica com 281 viaturas e dois helicópteros.

Progressos em 20 anos

Portugal regista progressos nas duas últimas duas décadas. A média das variações anuais observadas desde 1987 foi de menos 0,3% acidentes, menos 4,8% mortos e menos 0,6 % feridos, enquanto o consumo de combustível oscilou mais 4,5%.

Nos últimos seis anos, o número de mortos baixou 51%. Em 1995, Portugal comandava mortalidade rodoviária na Europa 271 óbitos por milhão de habitantes, contra a média europeia (a 25 países) de 132, ou seja, mais 105% do que esta. Em 2006, tinha descido para 91 mortos por milhão de habitantes, apenas 6% acima da média europeia de 86 óbitos, passando à 13.ª posição.

Segundo o relatório da ANSR relativo a 2006, no último ano foram registados 850 mortos, menos de metade do que em 1998, numa curva descendente seguida pelos feridos graves 3483 no ano passado, contra 8177 em 1998.

Os resultados permitiram ao Governo antecipar para 2009 o objectivo da União Europeia, de reduzir em 50% o número de mortos e feridos graves até 2010, em comparação com a média 1998-2000. Como ela foi de 1748 mortos e 7597 feridos e os valores "pretendidos" para o ano de 2009 são de 874 óbitos e 3799 feridos graves, esses objectivos já terão sido alcançados.

É o que se passa com os peões. O objectivo de reduzir as vítimas mortais (137 em 2006) já está ultrapassado, esperando-se para 2009 apenas mais um. Menos optimista é o caso dos mortos e feridos graves dentro das localidades entre 2007 e 2009 têm que diminuir quase 27%, pois os 393 registados em 2006 estão longe dos 287 "pretendidos" para 2009.

Jornal de Notícias

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