A direcção de Informação da RTP está à margem do inquérito instaurado pela administração a José Rodrigues dos Santos e que conduziu a um processo disciplinar ao jornalista, apurou o CM.
As várias fontes contactadas pelo nosso jornal asseguram-nos que a direcção de Informação, liderada por António Luís Marinho, nada teve a ver com o inquérito instaurado ao pivô. Defendem, sim, que terá sido o próprio presidente do Conselho de Administração, Almerindo Marques, a chamar a si a condução do processo, que está nas mãos de um gabinete jurídico externo, o qual concluiu pela abertura de um processo disciplinar a Rodrigues dos Santos, com vista ao despedimento.
José Manuel Portugal, subdirector de Informação da estação pública, afirmou ao CM que não conhece o processo, alegando ter estado ausente por motivos pessoais. No entanto, admite que a direcção de Informação não tinha de ser informada, apesar do pivô estar sob a sua alçada.
José Rodrigues dos Santos, segundo o seu advogado, Fernando Carvalho, já recebeu a nota de culpa. A partir da sua recepção, o jornalista tem dez dias úteis para responder, apresentar provas e testemunhas.
O Conselho de Redacção (CR), por intermédio de Luís Castro, fez ontem saber que está “muito atento” à situação. Este jornalista refere, por outro lado, que o CR “apela ao bom senso e à moderação [das partes envolvidas], porque também está em causa a imagem da RTP”, acrescentando que aquele órgão não emitirá nenhum comunicado. Por outro lado, a administração, que teve ontem a habitual reunião semanal, voltou a dizer que não se pronunciava sobre o assunto.
Judite de Sousa, outrora directora adjunta de José Rodrigues dos Santos, diz que não pode tecer comentários “neste momento”, como frisou, por estar a correr um processo de inquérito.
O processo disciplinar, com vista ao despedimento, tal como o CM noticiou anteontem, resulta do alegado incumprimento de horário e quebra de lealdade do jornalista para com a RTP. Rodrigues dos Santos, em 7 de Outubro, deu uma entrevista à ‘Pública’, onde acusa a administração de “passar recados” do poder político.
Fernanda Bueno / Márcia Bajouco / Ricardo Tavares com Lusa
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Há 11 anos
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