terça-feira, 27 de novembro de 2007

Crime


Portugal vence tráfico de droga


Contrariando a tendência da União Europeia, Portugal regista uma diminuição significativa do número de crimes de tráfico de droga, entre 1995 e 2005, segundo os dados do Eurostat relativos à criminalidade nos Estados membros. Se em 1995 se registaram 4512 ocorrências, em 2005 foram 3535 (-22%).

Em França, por exemplo, o panorama é diferente. Em 1995 registaram-se 5661 crimes, passando para 6108 em 2005, correspondendo, em média, a um crescimento na ordem dos 10 por cento. Na Hungria, o tráfico de droga, naquela década, aumentou 30 por cento, ao passo que na Bulgária o crescimento foi de 37%. Na Holanda registou-se um aumento de 11% e de 16% na Roménia.

Portugal tem-se afirmado como um dos países mais eficazes no combate à droga. Durante aquela década, recorde-se, a Direcção Central da Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE), da Polícia Judiciária (PJ), esteve comandada por José Braz. Este operacional, entretanto, pediu demissão do cargo depois de o Director Nacional ter solicitado ao ministro da Justiça uma sindicância àquele serviço, no seguimento da prisão preventiva de uma inspectora suspeita de ter desviado dali dinheiro. O ministro nunca revelou o resultado da sindicância, embora o DN já tenha divulgado que apenas foram propostas rectificações administrativas, sem nada de grave se apontar. Entretanto, comparando-se os resultados de Janeiro a Setembro de 2006 com o período homólogo deste ano, verifica-se que a percentagem de buscas na DCITE diminuiu 14,3% e o de vigilâncias 16,4%.


Assaltos a bancos decresceram 44%


Os assaltos a instituições bancárias desceram este ano significativamente na área da PSP. Segundo apurou o DN, a redução é da ordem dos 44%, já que até ao início de Novembro tinham sido registados apenas 34 casos, contra 61 do ano passado, no mesmo período. Na área da GNR, e segundo fonte da instituição, também não há mais casos este ano do que em 2006.

Dados oficiais da PSP confirmam que Lisboa e Porto são as zonas onde mais se registam este tipo de crime. Dos 34 casos registados até ao início de Novembro, 15 ocorreram em Lisboa e dez no Porto.

A manter-se esta tendência, os assaltos a bancos deverão registar uma descida significativa. No entanto, tal apenas poderá querer significar que os roubos estão a ser desviados para outras áreas mais lucrativas, como caixas multibanco, carrinhas de transportes de valor e ourivesarias, explicou ao DN fonte policial.

Sublinhou que, este ano, já foram desmanteladas algumas redes pela PJ, nomeadamente o "gangue da Peruca", o que também contribuiu para esta redução.

Há um ano, dados fornecidos pela PSP indicavam que os assaltos a bancos tinham aumentado 39% relativamente a 2005. Em Setúbal dispararam, tendo sido registados 23 assaltos ao longo de 2006.


Crescem o roubo e crime violento


LICÍNIO LIMA

Portugal surge em terceiro lugar no ranking dos países da União Europeia (UE) onde mais aumentou o número de crimes violentos e de roubos na década de 1995 a 2005.

Os dados são do Eurostat, entidade responsável pelas estatísticas da UE, que regista, para o nosso país, um crescimento na ordem dos cinco por cento para o crime violento, que engloba violência contra as pessoas, roubo com violência e crimes sexuais. À frente, no crescimento, surge a França (7%) seguida da Holanda (6%).

Relativamente aos roubos, a percentagem em Portugal cresceu também 5%, a par da Suécia, sendo o aumento deste tipo de criminalidade liderado pela Polónia e Eslováquia (8%), seguindo a França com 6%.

Em termos da criminalidade global, os Estados membros registam naquele período um crescimento na ordem dos 0,6 por cento. Portugal destaca-se com três por cento, significando uma das mais altas taxas de evolução negativa. Pior só a Polónia, com 5%, e a Eslovénia, com 10%.

Roubo (4,9%), tráfico de droga (4,2%) e crime violento (4,1) são os tipos de criminalidade que registaram maior aumento naquela década, segundo os últimos dados do Eurostat relativos ao crime e à justiça criminal na UE. Os olhares europeus, contudo, estão especialmente voltados para os países candidatos à União. Por exemplo, a Croácia, na década em avaliação, teve um aumento da criminalidade violenta na ordem dos 16%. Mas na Macedónia foi pior, tendo aumentado cerca de 20%. Os sete por cento da França são sobretudo um sinal para o coração da UE, sabendo-se que aquele país continua a ser uma espécie de "laboratório" do Velho Continente.

Mas nem tudo são más notícias. O roubo de veículos com motor diminuiu cerca de 5% na generalidade dos países da UE, registando-se a mesma tendência relativamente aos homicídios (-3,2%) e a assaltos a residências (-3%). Apenas a Irlanda destoa, nesta década, com os assaltos a casas a aumentarem cerca de 5%. Na Bélgica e na Roménia, em contrapartida, diminuíram 8 e 13%.

A diminuição dos roubos de veículos é também uma realidade em praticamente todos os Estados membros. A Bélgica, com -14%, a Bulgária, com -19%, e a Alemanha, com -9%, são os países que mais se destacam. Neste último país também se regista uma diminuição dos homicídios (-4%), acontecendo o mesmo na Hungria (-5%).

Os números portugueses

O relatório da Segurança Interna relativo a 2006 dá conta do aumento da criminalidade grave, mas com números que relativizam os do Eurostat.

As participações no âmbito da criminalidade denominada de violenta e grave sofreram um acréscimo de 2% em relação ao ano anterior. Mas, adianta o relatório, o peso que este tipo de criminalidade tem no total nacional continua a ser baixo, cifrando-se em apenas 5,5%. De entre os crimes que integram esta tipologia, destacam-se, pelo seu peso relativo, o crime de furto/roubo por esticão e o crime de roubo na via pública, os quais representam 80% do total de registos da criminalidade violenta e grave.

Apesar de em 2006 se registar, na globalidade, um acréscimo no número de participações criminais relativamente a 2005, se comparado com os anos de 2004 e 2003 verifica-se, ao invés, um decréscimo de, respectivamente, 3,6% e 4,5%, destaca ainda o relatório da Segurança Interna.

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