sábado, 16 de agosto de 2008

Ciência em português

Novos fármacos contra o cancro em Universidade de Lisboa
Faculdade de Ciências trabalha no desenvolvimento da química farmacêutica, da agro-química e da cosmética

Um poster gigante na parede do Laboratório de Química Orgânica de Glúcidos, na Faculdade de Ciências de Lisboa, exibe as fórmulas do que prometem vir a ser novos medicamentos para tratamento de doenças cancerígenas e neurológicas e pesticidas amigos do ambiente.
Nos esquemas, incompreensíveis para um leigo, estão resumidas as linhas de investigação de uma equipa ainda muito jovem mas a «dar cartas» a nível internacional nos contributos para o avanço da química farmacêutica, da agro-química e da cosmética.
Amélia Pilar Rauter, que chefia o grupo de investigação de glúcidos do Centro de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CQB-FCUL), no seio do qual criou, em 2001, o Grupo da Química dos Glúcidos, não tem dúvidas em afirmar que tem a trabalhar consigo jovens «altamente especializados».
Defensora da ciência fundamental - na base do desenvolvimento de novos fármacos, pesticidas, materiais e produtos ligados ao dia-a-dia das pessoas, ao contrário da imagem que muitas vezes passa -, Amélia Rauter faz questão de demonstrar como o estudo dos glúcidos, muito em especial dos açúcares, e também de produtos naturais, tem aplicações práticas que representam avanços, por exemplo nas áreas do ambiente e da saúde.
Com duas patentes de pesticidas amigos do ambiente registadas em Portugal - com registo em curso na Europa e Estados Unidos -, numa investigação em parceria com Jorge Justino, director da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS), a equipa prossegue o estudo da aplicação de açúcares como agentes biodegradáveis em agroquímica (insecticidas e fungicidas) para combater pragas na agricultura.

Contra a Alzheimer e a diabetes

Por outro lado, estão a ser estudadas plantas autóctones com o objectivo de se encontrarem os princípios activos que permitem controlar a diabetes e doenças do foro neurológico, como o Alzheimer.
«É bom que as empresas saibam aproveitar o know- how, o profissionalismo, a criatividade destes especialistas, a bem do país», afirmou, referindo-se à crescente ligação Universidade/Empresas, que começa a abrir outras saídas profissionais para além do percurso académico.
Este Grupo tem pronta uma tradução da nomenclatura dos glúcidos, que visa uniformizar a terminologia adoptada, e está envolvido na organização do Congresso Internacional que se vai realizar na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em Janeiro de 2009, tendo por temas a agroquímica, os biocombustíveis e o ambiente e a celulose e derivados.

Sem comentários: