domingo, 24 de agosto de 2008

Cientistas estrangeiros que escolhem Portugal

Cientistas estrangeiros que escolhem Portugal

Bolsas de investigação cativam estrangeiros que admitem ficar definitivamente no país

Muitos investigadores estrangeiros escolhem Portugal para trabalhar, aproveitando o investimento que o país está a fazer para recuperar do atraso nesta área. Alguns pensam já em ficar, porque entretanto criaram laços.
O italiano Andrea Zille veio para Portugal há sete anos por razões pessoais e porque, "em relação à investigação, o país oferece mais condições que a Itália, com fundos mais bem direccionados", sendo "mais fácil entrar por mérito".
Zille, investigador do grupo de Microbiologia Celular e Aplicada do Instituto de Biologia Biomédica do Instituto de Biologia Molecular e Celular (INEB/IBMC), no Porto, está casado com uma arquitecta portuguesa que conheceu em Veneza, doutorou-se na Universidade do Minho e considera que o esforço português "ainda tem limites".
O dinamarquês Soren Prag, no Instituto de Medicina Molecular (IMM) desde o ano passado, destaca que, em Portugal, um investigador "tem de ter um bom desempenho ou, de outra forma, não consegue bolsas para financiar a pesquisa".
Soren Prag veio para o IMM porque queria aprender sobre um sistema inovador de imagens desenvolvido pelo português António Jacinto, que lhe permite avançar no estudo do processo de metastização das células cancerígenas, mas agora está "a ter uma relação com uma portuguesa e curioso para compreender melhor a sua cultura".
O investigador dinamarquês considera positivos os programas Ciência 2007 e 2008, o trabalho das Fundações Gulbenkian e Champalimaud e o interesse do público em geral pela ciência.
Foi a possibilidade de desenvolver novas ideias que trouxe há sete anos para o INEB/IBMC a marroquina Meriem Lamghari, investigadora em regeneração óssea, que considera existirem "algumas oportunidades" para estrangeiros em Portugal, mas também "para portugueses que queiram voltar". Meriem salienta que "é mais seguro ir para laboratórios já estabelecidos, nos EUA, por exemplo", mas que Portugal representa um desafio para "avançar e desenvolver áreas de trabalho".
A atribuição de bolsas de doutoramento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia cresceu 77% (de 1.172 para 2.078) entre 2005 e 2007 e a atribuição de bolsas de pós-doutoramento aumentou 41%, de 737 para 898.

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