quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Alzheimer

Sálvia usada para controlo de Alzheimer

Uma investigação realizada em Portugal mostra que uma variedade de sálvia pode ser usada para controlar duas enzimas responsáveis pelo Alzheimer. A planta tem a vantagem de baixar os custos e de não ser tóxica.
Investigadores portugueses concluíram que extractos de uma espécie autóctone de sálvia, abundante nas serras d'Aire e Candeeiros, têm "enorme potencial" como terapia para melhorar capacidades cognitivas, funcionais e comportamentais em doentes com Alzheimer.
"Vários extractos da espécie de sálvia que estudámos provocam inibições bastante potentes de enzimas envolvidas na patologia de Alzheimer", disse Amélia Rauter, do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, uma das líderes da investigação.
Falta agora transformar esses extractos em princípios activos que possam ser usados pela indústria farmacêutica, adiantou.
Para já, a investigação demonstrou a acção dos extractos desta espécie de sálvia em duas enzimas que controlam a evolução da doença de Alzheimer, o que permitirá controlar o desenvolvimento da patologia, segundo o presidente do Conselho Directivo da Escola Superior Agrária de Santarém, Jorge Justino, que também lidera o projecto.
Para os investigadores, o grande potencial da descoberta reside no baixo custo, na actividade biológica relevante e na ausência de toxicidade, frisando que até a comum infusão desta planta pode ser usado como terapia na doença de Alzheimer.
"Vários extractos mostraram capacidade para inibir as enzimas acetyl e butirilcholinesterase, envolvidas nas neurotransmissões cerebrais e responsáveis pela progressão da doença", com a vantagem de os extractos bioactivos revelarem ausência de toxicidade, frisam os investigadores.
Jorge Justino afirmou que existem já no mercado alguns fármacos que inibem as enzimas envolvidas nas neurotransmissões cerebrais. Contudo, os investigadores sublinham a "necessidade urgente" da descoberta de substâncias "mais eficientes e menos caras que as usadas actualmente".
Os primeiros estudos sobre a planta tiveram início em 1992, num projecto que há um ano conseguiu o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), depois de publicados os primeiros resultados. O projecto está agora em fase de registo de patente.
A FCT apoia, durante três anos, o estudo da produção agronómica desta espécie de sálvia "com vista à avaliação dos seus constituintes para o potencial controlo da doença de Alzheimer".

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