quinta-feira, 31 de julho de 2008

Talentos portugueses

Talento é passaporte para abrir novos mundos

HUGO COELHO

Star Tracker. Chamam-lhe os novos descobridores.

Alguns são gestores de topo e artistas. Outros são investigadores, médicos ou cientistas. São talentos portugueses além-fronteira e hoje partilham uma extensa rede virtual que já reúne 15 mil.
Vêm de todo o lado, 'aterram' hoje em Lisboa.
Quando Tiago Forjaz começou a sua odisseia do talento, há pouco menos de um ano, não podia imaginar onde ia chegar. O projecto deste sócio da empresa de consultoria e gestão de talentos, Jason Associates, era percorrer algumas cidades do mundo à procura do talento expatriado português. Passou por Madrid, Paris, Londres, Nova Iorque e São Paulo e hoje, pouco depois do sol se esconder, a "nave" vai aterrar no Campo Pequeno, em Lisboa, onde espera reunir muitos dos que encontrou pelo caminho.
Mas a ideia foi apenas o bater de asas de uma borboleta e o projecto da Jason rompeu barreiras e excedeu expectativas. Ainda estavam no início da viagem quando decidiram fundar uma rede social virtual do talento português, o Star Tracker."A ideia de criar a rede social Star Tracker veio-me durante a minha viagem a Madrid. Encontrei-me com cinco pessoas da banca de investimento e percebi que nenhuma se conhecia. De imediato percebi que era necessário pôr estas pessoas a comunicar e a colaborar entre elas," explica Tiago Forjaz, partner da consultora Jason Associates.Quando começou a rede tinha 2000 membros, muitos dos quais eram já conhecidos pela Jason. Mas a mensagem viajou num passa-palavra e hoje tem mais de 15 000 pessoas ligadas na rede virtual de confiança. O Star Tracker é um espaço virtual onde os membros se relacionam e ajudam. Cada membro pode pedir um desejo e os restantes estão comprometidos a ajudar. E ajuda não tem faltado. Por exemplo, o Presidente da República, Cavaco Silva, usou o seu desejo, por aqui chamado Star Power, para seleccionar 65 candidatos ao prémio da individualidade mais inovadora da diáspora portuguesa. Segundo os números da empresa de consultoria, há portugueses na rede de 114 países diferentes. Mas a maior parte dos expatriados está na Europa, nos Estados Unidos ou no Brasil e a sua média de idades é de 33 anos. A par do empreendorismo e do risco, estes talentos são pessoas muito qualificadas.O mais importante e que não vem nas estatísticas é a afinidade pelo País de onde partiram. Portugal é para muitos dos expatriados um amor não correspondido. Portugal é para a maior parte um país pequeno de mais. Mesmo assim, 85 por cento dos membros da rede planeiam voltar e metade até pensa regressar nos próximos três anos. Chegarão carregados com os conhecimentos e experiências que adquiriram e poderão bem mexer com o País com a sabedoria que trazem às costas.
A festa em Lisboa, é o final da digressão da odisseia Star Tracking e marca o fim do controlo da Jason na rede. De agora em diante, a rede virtual ficará entregue a si própria. "Chegou a altura de estacionar a nave. Vamos permitir que a rede se organize e mobilize. Isso não quer dizer que um dia não possamos, nós ou alguém, levantar a nave outra vez."

1 comentário:

Anónimo disse...

quem quiser ver os vídeos do evento Star Tracking Lisboa 2008 pode vê-los neste site:

http://lugardoconhecimento.wordpress.com/2008/08/01/star-tracking-lisboa-videos/

RM