Descoberta

Aumenta a esperança de vida para milhares de pessoas

Investigadores descobrem forma de atrasar aperto da vávula aórtica

Equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto conclui que uso de estatinas pode entrar numa primeira fase do tratamento do colesterol elevado e na prevenção da doença vascular.

Valdemar Cruz
17:07 Segunda-feira, 14 de Abr de 2008

Investigadores descobriram forma de atrasar em 50 por cento o desenvolvimento natural da estenose aórtica
É uma descoberta que pode contribuir para o aumento da esperança de vida de milhares de pessoas. Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto-FMUP dirigida por Luís Moura, encontrou forma de atrasar em 50 por cento o desenvolvimento natural da estenose aórtica (aperto da válvula da aorta).
Segundo as conclusões do trabalho divulgado no Congresso de Cardiologia dos Estados Unidos da América, a administração de uma determinada dosagem de estatinas a pacientes com diagnósticos de estenose valvular aórtica reduz para metade a progressão natural da patologia.
Aquela doença afecta dez a quinze por cento da população entre os 65 e os 80 anos e é uma das causas mais frequentes de cirurgia de substituição valvular nos países desenvolvidos. Os procedimentos médicos actuais têm feito com que os doentes não sejam tratados numa fase precoce. São acompanhados periodicamente, até que a patologia atinja um grau de gravidade tal que se torna indispensável a intervenção cirúrgica.
Este novo tratamento, que retarda a evolução da doença, para lá de ser seguro e não implicar grandes gastos, surge como uma interessante hipótese de trabalho numa primeira fase do tratamento do colesterol elevado e na prevenção da doença vascular. Os investigadores da FMUP admitem que o uso de estatinas pode vir a fazer parte das recomendações terapêuticas da estenose valvular aórtica.