A 9ª edição do Festival Nacional de Robótica está a decorrer em Castelo Branco até 10 de Maio, numa organização do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da Escola Superior de Tecnologia (EST).
Esta é a primeira vez que a iniciativa se realiza no Interior do País e através de um Instituto Politécnico.
De acordo com os seus responsáveis (os docentes Paulo Gonçalves e Carlos Alves), "um dos pontos altos da iniciativa é a conferência internacional onde serão apresentados os mais recentes trabalhos científicos na área.
Jean Paul Laumond, autoridade mundial na área da robótica humanóide, abordará o tema da relação entre o movimento humano e o movimento de robôs humanóides".
O Festival Nacional de Robótica (FNR), que teve a sua 1ª edição em 2001, tem como objectivo a promoção da Ciência e da Tecnologia junto dos jovens do ensino básico, secundário e superior, bem como do público em geral, através de competições de robôs.
Numa iniciativa da Sociedade Portuguesa de Robótica, o Festival inclui várias ligas de competição.
O evento decorre em três locais da cidade de Castelo Branco, muito próximos entre si, a Escola Superior de Tecnologia, o Pavilhão Municipal e o Pavilhão da Escola Afonso de Paiva.
Os treinos de todas as equipas têm início no dia 8 de Maio, bem como a recepção das equipas juniores e as primeiras eliminatórias das competições seniores.
No sábado, 9 de Maio, terão lugar todas as eliminatórias das várias competições, esperando-se mais de meio milhar de participantes de escolas de todos os níveis de ensino do país.
Em paralelo terão lugar no auditório da EST palestras no âmbito da iniciativa TryEngineering: IEEE Pre-University Education.
No domingo, 10 de Maio, será o dia dedicado às finais e para premiar os vencedores do FNR que irão representar o nosso país no mundial de robótica RoboCup que este ano terá lugar na Alemanha.
Escola Amato Lusitano leva AliceChama-se Alice e nasceu em Castelo Branco, nas oficinas da Escola Secundária de Amato Lusitano (ESAL).
É um robô e vai representar a escola no Festival Nacional de Robótica
A máquina foi construída por alunos da ESAL e também do Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco, que vão assim participar no concurso de dança.
O nome de baptismo do projecto deve-se à história de Alice no País das Maravilhas.
Os cinco robôs construídos na escola foram vestidos com os fatos da protagonista e de quatro cartas que fazem guarda à rainha de copas.
A imagem foi desenvolvida com a ajuda dos colegas do curso de arte e design, da mesma maneira que a carpintaria da escola deu uma mão na construção da plataforma para o projecto de busca e salvamento, outra das vertentes a concurso.
A colaboração entre as várias disciplinas é sublinhada pelo professor José Rodrigues, um dos responsáveis.
Os cinco robôs do projecto Alice foram desenvolvidos para executar uma determinada coreografia, ao som da música.
"Nem sequer posso contabilizar as horas de trabalho que temos aqui.
A título de exemplo posso dizer que passei as minhas férias da Páscoa aqui, à volta das máquinas", diz Mário Lopes, um dos professores.
Uma dedicação que também é vivida pelos alunos. Miguel Duarte e Pedro Neto, os dois jovens da Escola Cidade de Castelo Branco, atravessam a cidade e passam as tardes de quarta-feira na Amato.
Juntam-se assim a Tiago Martins, Gabriel Batista, Bruno Rodrigues, Ricardo Pires e Tiago Pinto.
A robótica começou a ganhar asas na escola há cerca de dois anos e o interesse tem sido crescente.
No último ano lectivo havia apenas dois alunos e este ano já são 12.
André Costa está no 12.º ano do curso de Mecatrónica.
Com os colegas Luís Figueira e Bruno Barata, coordenados pelo professor José Rodrigues, forma a equipa que vai representar a escola na competição de busca e salvamento.
A escola já tinha participado anteriormente nesta competição, mas com um robô elaborado por professores.
Desta vez o desafio ficou nas mãos dos alunos, que desenvolveram praticamente tudo, dos chassis às rodas, passando pela placa de circuitos e a programação.
Os professores dão uma ajuda, mas deixam o trabalho nas mãos dos alunos. E isso é bom, diz André Costa.
"Eles obrigam-nos a pensar e a desenvolver por nós próprios".
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