terça-feira, 21 de abril de 2009

Sono

Sono limpa o cérebro para novas aprendizagens

04 Abril 2009

Uma equipa de investigadores norte-americanos concluiu que o sono ajuda a limpar o cérebro de informações desnecessárias e a dar lugar a novas aprendizagens, num trabalho hoje publicado pela revista Science.

Paul Shaw e a sua equipa de investigadores na University School of Medicine de Saint Louis, que estudam a mosca da fruta, começaram por querer saber quantas ligações neuronais ou uniões de células se alteram durante o dono.

Para os neurologistas, a criação de novas ligações entre neurónios (sinapses) é uma forma fundamental do cérebro codificar recordações e aprendizagens, mas como estas não podem manter-se indefinidamente, é aí que o sono desempenha o seu papel.

Neste sentido, a função principal do sono seria libertar o cérebro das informações irrelevantes registadas no dia anterior.

Segundo os investigadores, é possível seguir a criação de novas sinapses no cérebro da mosca da fruta num momento de aprendizagem e mostrar como o sono diminui o número de sinapses.

Os cientistas vêem nestas moscas um bom modelo para estudar o sono nos humanos, já que, como as pessoas, estes insectos precisam de seis a oito horas de sono por noite e mostram sinais físicos e mentais de privação quando não dormem o suficiente.

"Muito do que aprendemos num dia não precisamos de memorizar", afirmou outra autora do estudo, Chiara Cirelli, da Universidade de Wisconsin-Madison, acrescentando: "Se usarmos todo o espaço, não podemos aprender mais sem limpar o lixo do cérebro".

A descoberta reforça a ideia de que é essencial dormir bem de noite para consolidar as memórias importantes da véspera e eliminar as que estão a ocupar espaço desnecessariamente.

Já se sabia que o sono promove a aprendizagem, mas esta equipa chegou à conclusão de que "a aprendizagem aumenta a necessidade de dormir".

"Actualmente, muitas pessoas estão preocupadas com os seus empregos e com a economia, e algumas delas estão a dormir pouco por causa disso", disse Paul Shaw.

Porém, "estes dados sugerem que o melhor a fazer para estar em forma e aumentar as hipóteses de manter o emprego é dar alta prioridade a dormir o tempo necessário", concluiu.

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