As partículas de poeira das estrelas conhecidas por anãs brancas podem ser os últimos vestígios de planetas como a Terra, concluiu uma equipa internacional de cientistas liderada pelo britânico Jay Farihi, da Universidade de Leicester (Reino Unido).
Os investigadores descobriram, através do Telescópio Espacial Spitzer da NASA , que entre 1% e 3% das anãs brancas tiveram os seus próprios sistemas solares, isto é, um conjunto de planetas, satélites e asteróides a orbitar à sua volta.
Com efeito, as poeiras observadas são basicamente feitas dos mesmos materiais que os planetas rochosos e asteróides conhecidos, o que significa que as estrelas observadas os terão absorvido antes de se transformarem em anãs brancas .
Quando se esgota o combustível das estrelas - o hidrogénio, o elemento mais abundante no Universo - estas morrem. Mas a maneira como morrem depende da sua dimensão.
Se uma estrela moribunda tem uma massa mais próxima da massa do nosso Sol, o núcleo contrai-se, as camadas exteriores expandem-se e forma-se uma gigante vermelha, que pode engolir os planetas rochosos como a Terra e outros astros mais próximos que orbitem à sua volta.
Entretanto, as camadas exteriores da gigante vermelha vão-se afastando do núcleo e formam uma nebulosa planetária, enquanto o núcleo se transforma numa anã branca, assim chamada devido ao tipo de luminosidade que emite. A anã branca é muito densa e tem uma dimensão semelhante à da Terra.
Os astrónomos calculam que 98% das estrelas conhecidas do Universo irão evoluir até se tornarem anãs brancas. Nas estrelas com uma massa muito maior que a do nosso Sol, a morte segue um caminho diferente.
Na primeira fase o núcleo contrai-se e as camadas exteriores expandem-se, formando-se uma supergigante. Mais tarde acontecem violentas explosões muito brilhantes, que projectam as camadas exteriores no espaço, e que são conhecidas por supernovas.
O núcleo sobrevive como estrela de neutrões (onde já não há explosões nucleares) se a estrela que a originou tinha uma massa entre duas e oito vezes a massa do nosso Sol. Se essa massa for superior, o colapso gravitacional da estrela moribunda levará à formação de um buraco negro.
Os astrónomos calculam que, quando o nosso Sol se transformar numa gigante vermelha dentro de alguns milhares de milhões de anos, o seu raio irá ultrapassar as órbitas de Mercúrio, Vénus e talvez a da própria Terra. Mas mesmo que tal não aconteça as temperaturas serão tão elevadas que a atmosfera e os oceanos irão evaporar-se, acabando a vida no nosso planeta.
Jay Farihi afirmou ao jornal britânico "The Times" que as partículas de poeira detectadas nas anãs brancas através do Telescópio Espacial Spitzer "mostram-nos o possível destino para o nosso Sistema Solar".
expresso
IMG_6849-1
Há 11 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário