quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Visão


Avanços na visão dão prémio Champalimaud a dois americanos

RITA CARVALHO

Ciência.


Fundação de António Champalimaud aposta na pesquisa oftalmológica


Investigadores vão partilhar prémio no valor de um milhão de euros.


Descobertas fundamentais sobre os mecanismos de funcionamento da visão valeram a dois cientistas norte-americanos o prémio António Champalimaud de Visão 2008. Jeremy Nathans e King-Wai Yau receberam ontem um milhão de euros pelo trabalho desenvolvido na Universidade Johns Hopkins e que abre caminho a novas abordagens terapêuticas.

A cerimónia de entrega daquele que é o maior galardão mundial na área da oftalmologia decorreu ontem no Mosteiro dos Jerónimos, contando com a presença do Presidente da República. Cavaco Silva elogiou as investigações dos dois cientistas e sublinhou o investimento feito pela Fundação Champalimaud no desenvolvimento da ciência. O chefe de Estado afirmou ainda que valorizar o papel dos cientistas na abertura de novas vias do conhecimento é um dever do Estado e da sociedade.

O prémio deste ano distingue um conjunto de descobertas fundamentais que vieram mostrar como a luz é convertida pela retina nos sinais nervosos que são a base da visão humana.

O trabalho de Jeremy Nathans, professor de Biologia Molecular, Genética e Oftalmologia, revela as sequências genéticas que codificam os pigmentos visuais humanos, identificando os seus mecanismos de acção e a forma como mutações nestes genes originam patologias da retina. Segundo a fundação, a equipa de King-Wai Yau, professor de Neurociências e Oftalmologia, demonstrou como a absorção de luz por estes pigmentos gera os sinais eléctricos que formam a visão e regulam os nossos ritmos biológicos.

A instituição de apoio à ciência foi criada em 2004 por testamento do empresário António Champalimaud e contou com uma dotação de 500 milhões de euros.

O prémio é atribuído anualmente, sendo nos anos pares distinguidas descobertas excepcionais no campo da visão e, nos ímpares, trabalhos práticos para minimizar, no terreno, os efeitos das perturbações e perdas de visão, nomeadamente, em países em desenvolvimento.

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