quarta-feira, 4 de junho de 2008

Olha o robô

Robô português detecta minas anti-pessoais

Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveram um robô de detecção de minas anti-pessoais, que foi testado num campo militar belga, conseguindo detectar todas as minas existentes, informa a agência Lusa.
«No terreno [um campo militar dos arredores de Bruxelas, certificado para testar este tipo de robôs] estavam enterradas diferentes tipos de minas e outros objectos. Embora não tenha detectado todos os objectos, detectou todas as minas, que é o importante», disse Lino Marques, um dos coordenadores do projecto.
A investigação, iniciada em 1999, passou pelo desenvolvimento de um sensor baseado na utilização de micro-ondas e radiação infra-vermelha para detectar minas anti-pessoais de plástico - as mais difíceis de localizar - em solos de conflito. O robô incorpora aquela tecnologia numa estrutura apoiada em «oito patas» metálicas, responsáveis pela locomoção no terreno.
«Tem oito patas, cada quatro associadas a um eixo. Se tiver quatro no chão consegue mover-se através de uma força motriz pneumática, associada a comandos eléctricos», explicou Lino Marques.
Incorpora um «delicado» hardware e «complexos algoritmos de software», responsáveis pelo processamento da informação sensorial e pela decisão de como o robô se deve movimentar no ambiente que o rodeia. «É composto por múltiplos detectores de minas e de outros engenhos explosivos, para garantir uma informação robusta e reduzir muito os alarmes falsos», disse Lino Marques.

Autonomia total

O equipamento é autónomo, isto é, funciona sem intervenção do utilizador, que, previamente, define a área de terreno a «varrer» pelo robô, acrescentou o investigador do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR/FCTUC).
Apesar do sucesso do projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e dado a conhecer a responsáveis do Governo angolano - um dos países mais assolados pelas minas anti-pessoais - há umas semanas atrás, durante uma visita destes ao laboratório do ISR, Lino Marques frisa que a investigação está concluída.
«Acharam-no muito interessante. Mas não estamos a fazer alocação de recursos ao robô. Na prática, internamente, a investigação está terminada, a não ser que haja interessados», revelou.

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