A Câmara de Terras de Bouro vai retirar, durante o Verão, mais dois marcos miliários romanos agora encontrados no concelho e que vêm juntar-se a um terceiro descoberto recentemente, disse esta quarta-feira à Lusa, fonte autárquica.
O marco recentemente retirado, e que se encontra guardado na sede do concelho, vai ser hoje estudado pelo arqueólogo António Rodrigues Colmenero, especialista em epigrafia romana, que fará a leitura da inscrição nele contida.
O presidente da autarquia, António Afonso, adiantou que a retirada dos dois marcos miliários, um deles enterrado e o outro a servir de suporte a um muro rural, será feita sob supervisão do arqueólogo, Francisco Sande Lemos e em colaboração com o IGESPAR - Instituto de Gestão do
Património Arqueológico.
De acordo com Francisco Sande Lemos o marco, que foi encontrado em Terras de Bouro junto à Geira - a antiga via romana que ligava Braga a Astorga, Espanha - é do século IV D.C., «uma época em que Braga (então chamada Bracara Augusta) estava no seu apogeu político, económico e social», referiu.
A Geira é uma das maiores concentrações do mundo deste tipo de vestígio arqueológico
«Há já 200 marcos miliários, com ou sem inscrição, encontrados na Geira, e ainda haverá novas descobertas», sublinhou Sande Lemos, acrescentando que se trata de uma das maiores concentrações do mundo deste tipo de vestígio arqueológico.
A Geira, património nacional, está a preparar uma candidatura luso-galaica a património mundial
Foi já classificada como património nacional, estando em preparação uma candidatura luso-galaica a património mundial, que inclui a inventariação do seu traçado, a limpeza, a recolha arqueológica e a sinalização.
A iniciativa tem como outros parceiros os municípios de Amares e Lugo (Galiza), e os parques, Nacional da Peneda-Gerês e do Xurês Baixo Límia.
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Há 11 anos
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