Religiões

Descobertas na Alemanha seis prédicas desconhecidas de Santo Agostinho

Berlim, 26 Mar (Lusa)

- Seis prédicas desconhecidas de Santo Agostinho (354-430 d.c.), uma das mais marcantes figuras da filosofia e da teologia cristãs, foram descobertas nos fundos da Biblioteca Universitária e Científica da cidade alemão de Erfurt, leste do país, anunciou um porta-voz da instituição.
Os textos foram encontrados por três investigadores da Academia das Ciências de Viena num manuscrito medieval cujo conteúdo passara até agora desapercebido.
Trata-se, ao que parece, da cópia de quatro prédicas desconhecidas e duas parcialmente conhecidas do teólogo e filósofo que procedem originalmente de uma colecção de textos cuja redacção é atribuída a Santo Agostinho ou a algum dos seus discípulos.
Num comunicado da biblioteca, a perita vienense Isabella Schiller explica que, "do sul de Itália, estas colecções de prédicas chegaram antes do final do primeiro milénio da nossa era a Inglaterra, onde se copiavam e transmitiam".
Embora a descoberta não tivesse sido anunciada até agora, os cientistas austríacos localizaram no ano passado em Erfurt o manuscrito, que tinha sido datado na segunda metade do século XII.
Os peritos crêem que o livro, que contém mais de 70 prédicas de distintos teólogos da antiguidade e da Idade Média, foi manuscrito na Inglaterra.
Concluíram, por outro lado, que o manuscrito foi parar, no século XV, à colecção do médico e teólogo Amplonius Rating de Berka (1363-1435), cuja "Bibliotheca Amploniana", com mais de 600 volumes, acabou por ser cedida à Universidade de Erfurt.
Segundo Isabella Schiller, os capítulos dedicados a Santo Agostinho contêm, além dos seis textos até agora desconhecidos, "umas 20 prédicas autênticas e falsas" do teólogo.
A perita indicou que os textos abordam temas diversos, centrando-se três deles em questões como o amor ao próximo expresso sob a forma da esmola e dois nas festividades dedicadas aos mártires.
Santo Agostinho nasceu em Tagaste em 354 e morreu em Hipona em 430 d.C., sendo autor de uma das mais marcantes obras filosóficas e teológicas da Antiguidade, com realce para as "Confissões" e "A Cidade de Deus".

RMM.