Um grupo de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto (IBMC) descobriu a origem geográfica da ataxia espinocerebelosa do tipo 10, uma doença rara que se caracteriza por uma perda de coordenação motora e pode provocar, em alguns doentes, crises de epilepsia.
O estudo efectuado comprova a existência de uma origem ameríndia comum para a ataxia espinocerebelosa do tipo 10 (SCA10). Esta origem era até agora desconhecida e tinha suscitado diferentes debates ao longo dos últimos anos.
O SCA 10 apenas tinha sido encontrado em populações miscigenadas de origem portuguesa e espanhola com ameríndia. Os resultados demonstram que as famílias com SCA 10 da América Latina partilham um grupo de características genéticas que são transmitidas em conjunto ao longo de gerações.
As semelhanças genéticas indicam a presença de um antepassado comum. A hipótese de uma origem ameríndia da doença é reforçada pelo facto de esta mutação não estar presente na população portuguesa e espanhola.
No grupo das doenças raras com prevalência de menos de dez casos em cada 100 mil indivíduos, a prevalência da SCA10 é das menos frequentes. Em todo o mundo estão recenseadas apenas onze famílias com esta mutação.
Os investigadores consideram, no entanto, ser importante a realização de testes genéticos de despiste de SCA10 em populações com origem ameríndia da América do Norte e do Sul, por apresentarem um maior risco de possuírem esta mutação.
expresso
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Ciência em português
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domingo, 22 de fevereiro de 2009
Lagoa Henriques
Morreu o escultor Lagoa Henriques |
A Madeira 'guarda' várias obras do mestre |
Data: 22-02-2009 |
O escultor Lagoa Henriques faleceu sábado à noite em Lisboa, aos 85 anos de idade, de doença prolongada, informou hoje fonte da sua família. Mestre e motivador de sucessivas gerações de criadores artísticos, autor de desenhos e esculturas notáveis, poeta, conferencista e coleccionador de peças tão diversas como pinturas, conchas, livros, troncos de árvores e outros acervos, segundo o seu site na Internet, Lagoa Henriques "deixa um vazio" no círculo em que se movimentava. Iniciou os seus estudos artísticos no Curso Especial de Escultura da Escola de Belas-Artes de Lisboa, em 1945, e em Julho de 1948 passou para a Escola de Belas-Artes do Porto, onde posteriormente foi professor. Concluiu o Curso Superior de Escultura em 1954, na Escola de Belas-Artes do Porto, com a apresentação de um trabalho de pleno relevo classificado com a nota máxima de 20 valores, a escala utilizada à época. O féretro de Lagoa Henriques, autor da escultura representativa do poeta Fernando Pessoa que se encontra na esplanada do Café Brasileira, no Chiado, em Lisboa, estará a partir de hoje em câmara ardente no seu atelier em Belém, também em Lisboa, a partir das 18 horas e até às 23 horas, com funeral marcado para segunda-feira no Cemitério da Ajuda, às 10h30. 'A Terra e o Mar', Sissi, a Alegoria e a estátua de João Paulo II O mestre deixa na Madeira uma vasta obra em que se inclui a estátua da lendária imperatriz da Áustria, Sissi, instalada junto ao Casino Park Hotel. A estátua de João Paulo II, no adro da Sé, 'A Terra e o Mar', duas figuras de bronze implantadas no basalto na praia das Palmeiras, em Santa Cruz e a alegoria nos Serviços Sociais. |
Lusa |
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Viva a Argentina!
Argentina expulsa bispo
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"Celebramos a declaração do governo nacional porque é inaceitável negar o Holocausto num país que participa da International Task Force para a investigação do Holocausto. Não vamos tolerar mais acções anti-semitas e discriminatórias", afirmou Aldo Donzis, presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA).
"Não é possível negar o Holocausto. Creio que certa gente não favorece a convivência e a paz social da qual tanto necessita o nosso país", coincide Julio Schlosser, secretário-geral da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), a mesma que em 1994 sofreu um atentado anti-semita que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.
"Sem comentários", limitou-se o porta-voz do Vaticano, Franco Lombardi.
Há quase seis anos na Argentina, Richard Williamson tem 10 dias para abandonar o país. Através de um comunicado, o Departamento de Migrações intimou o sacerdote a deixar a Argentina nesse prazo caso contrário será decretada a sua expulsão.
Tecnicamente, negar o Holocausto não é um delito no país. Mas o governo argentino encontrou um argumento legal. A resolução oficial sustenta que Williamson forjou a sua declaração de ingresso temporário à Argentina em Setembro de 2003, insistiu na irregularidade na renovação em Fevereiro de 2004 e na concessão de residência permanente em Fevereiro de 2008.
De acordo com os registos, declarou ser funcionário administrativo da Associação Civil "La Tradición", quando, na verdade, exercia como sacerdote e director do seminário lefebvrista que a Fraternidade São Pio X possui no município de Moreno, na periferia de Buenos Aires.
A fraternidade é uma ala ultra-conservadora e dissidente da Igreja Católica. A atividade religiosa não é reconhecida pelo governo argentino. A falsificação reiterada na informação foi mostrada pela comunidade judaica argentina -a maior da América Latina- como mais uma mentira do bispo.
"Para o governo argentino, é intolerável a presença irregular no país de uma pessoa que ofendeu a humanidade com manifestações anti-semitas", concluiu o ministro do Interior, Florencio Randazzo.
O texto da resolução não deixa dúvidas de que o argumento técnico é complementar ao verdadeiro motivo que levou as autoridades argentinas a expulsar Williamson.
"A República Argentina não deve perder esta oportunidade de reafirmar que o anti-semitismo é uma aberração ideológica que ao longo da história custou milhões de vidas de seres humanos e que a negação da Shoá implica o desconhecimento de uma verdade histórica comprovada", pode ler-se no comunicado em alusão às palavras do bispo Williamson.
Para o governo argentino, "as declarações que colocam em dúvida que o povo judeu tenha sido vítima do Holocausto são uma profunda agressão à sociedade argentina, ao povo judeu e à toda a Humanidade".
Na zona de quintas nos arredores de Buenos Aires, membros da Fraternidade rejeitaram a decisão do governo porque o sacerdote não teria cometido nenhum delito, segundo a lei argentina. "Se aplicarmos o mesmo pretexto administrativo, vamos expulsar todos os estrangeiros do país", alegou um membro da comunidade.
Pressão judaicaA decisão do governo argentino surgiu depois de pedidos da comunidade judaica. A Chancelaria argentina esclareceu que a medida não implica nenhum atrito com o Vaticano porque o sacerdote estava excomungado formalmente quando entrou na Argentina.
O Papa Bento XVI suspendeu essa excomunhão recentemente, mas a situação jurídica da Fraternidade São Pio X continua sem reconhecimento tanto da Igreja Católica quanto do governo argentino.
O Instituto argentino contra a Discriminação, contra a Xenofobia e contra o Racismo (INADI) havia pedido ao bispo que ratificasse ou que rectificasse as suas polémicas declarações. O sacerdote respondeu que o Instituto não tem competência para o julgar.
Na semana que vem, o INADI apresentará um projecto de lei que classifica como um delito a negação do Holocausto, o genocídio arménio e os crimes de ditadura argentina.
Onda de protestosA anulação da excomunhão de Williamson e de outros três bispos lefebvrianos pelo Papa Bento XVI em 24 de Janeiro desencadeou uma onda de protestos pelo mundo e uma crise que ameaçou as relações da Igreja Católica com a comunidade judaica, além de afetar a imagem do Papa.
Os quatro tinham sido excomulgados por João Paulo II em Julho de 1988 por terem sido ordenados bispos pelo arcebispo Marcel Lefebvre (morto em 1991), quem protagonizou um cisma católico devido as suas posturas reaccionárias.
O perdão de Bento XVI sem uma retratação prévia envolveu na indignação até mesmo um chefe de governo europeu, a alemã Angela Merkel, quem pediu um esclarecimento ao Pontífice.
Dois dias antes da decisão da Santa Sé, foi relembrada uma entrevista de Novembro de 2008 à TV sueca na qual Richard Williamson declarava ter a convicção de que "as evidências históricas estão imensamente contra o facto de seis milhões de judeus terem sido assassinados em câmaras de gás". (veja o vídeo no final deste artigo)
"Não houve câmara de gás (...). Creio que 200 a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum nas câmaras de gás", afirmou então Williamson.
Posteriormente (12 de Fevereiro), o Papa condenou tais declarações porque negar o Holocausto era "intolerável e inaceitável". Bento XVI pediu que Williamson se retratasse, mas o sacerdote negou-se a pedir desculpas.
Numa entrevista à revista alemã "Der Spiegel", o bispo inglês disse que deverá estudar as "evidências históricas" e "não as emoções" antes de uma possível correcção das suas declarações. O Vaticano esclareceu que os lefebvristas continuam sem formar parte da Igreja Católica.
Há duas semanas, o bispo Williamson fora afastado do seu cargo à frente do seminário nos arredores de Buenos Aires, após o escândalo mundial que as suas palavras provocaram.
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Bishop Richard Williamson - Gas Chambers, Anti-Semitism and the Truth
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Telma
Em Hamburgo
Telma Monteiro conquista medalha de ouro
A atleta portuguesa venceu a adversária chinesa na categoria – 57 kg.
Rui Rosa, treinador da judoca, considerou que a vitória é importante e revelou que estão a preparar-se para os campeonatos europeu e mundial.
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Brígida Pereira Neves
Brígida Pereira Neves é a única ocidental a dançar na China
22.02.2009 - 13h33 Lusa
A portuguesa Brígida Pereira Neves, de 24 anos e natural de Cascais, é a única bailarina ocidental a integrar uma companhia chinesa, o Ballet Clássico da Manchúria. Ontem à noite, actou pela primeira vez em Portugal como bailarina profissional.
Brígida entrou em Dezembro de 2007 para a companhia de Ballet Clássico da Manchúria, da cidade chinesa de Shenyang, que actuou ontem em Vila Real.
O Ballet Clássico da Manchúria ou Liaoning, uma das mais importantes companhias de ballet da China, levou "O Último Imperador" a Trás-os-Montes, naquele que foi um espectáculo único em Portugal.
Brígida Pereira Neves disse que decidiu que queria ser bailarina muito cedo.
"Aos três anos comecei a chorar e disse à minha mãe que queria ir para as aulas de ballet. Apesar de ser muito pequena, a professora aceitou-me. Não sei porquê, mas sempre foi o meu sonho", afirmou.
O sonho de menina levou-a para Londres aos 16 anos, onde estudou ballet e dança contemporânea.
A persistência fê-la atravessar o Atlântico rumo aos Estados Unidos da América (EUA), onde o azar lhe bateu à porta: partiu um pé e regressou a Portugal, onde foi operada. "Tive medo que fosse o fim da minha carreira, mas seis meses depois voltei a dançar".
De novo em Londres, surgiu a oportunidade de ir para a China, para integrar uma companhia nova de ballet que, afinal, segundo a jovem, se revelou ser de cabaret. "Ao fim de uma semana decidi que não era aquilo que queria fazer e fui para Hong Kong", salientou. Em Hong Kong, Brígida deu aulas de inglês e de ballet a crianças para ganhar dinheiro ao mesmo tempo que ia a audiências. Cinco meses depois integrou a Liaoning.
A portuguesa é actualmente a única bailarina dos continentes Europeu e Americano a actuar numa companhia de ballet na China. Apenas mais um russo dança naquele país oriental.
Na China, diz Brígida, grande parte das companhias não aceitam profissionais estrangeiros.
"A língua foi um pouco uma barreira, mas os colegas foram o mais simpáticos possível e logo no primeiro dia disseram que éramos todos amigos. A integração não foi difícil. Desde o início fizeram-me sentir muito bem vinda", afirma.
Em Shenyang, Brígida tem pouco tempo livre. Os ensaios duram das 09h00 às 18h00, às vezes sete dias por semana, e, nos dias de espectáculo, o trabalho chega a terminar já depois das 00h00.
Quanto ao futuro, apenas diz que quer dançar até quando lhe for permitido e integrar companhias de outros países, entre os quais Portugal.
"Estou sempre à procura de novos desafios", salientou.
Com a Liaoning, a portuguesa já fez várias tournées pela China e até dançou na abertura dos Jogos Olímpicos. Também já foi aos EUA e passou por Portugal, no âmbito de uma digressão pela Península Ibérica que termina hoje na Corunha, Espanha.
Esta produção de "O Último Imperador" conta com cerca de 50 bailarinos e harmoniza o ballet clássico com as tradições chinesas. A história, que foi imortalizada no filme de Bernardo Bertolucci com o mesmo nome (vencedor de nove Óscares), retrata a saga de Pu Yi, último imperador da China, investido com apenas três anos e deposto pelo governo revolucionário aos 24 anos.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
José Rodrigues dos Santos
RTP adapta romances de Rodrigues dos Santos
12 02 2009 18.15H
A RTP, José Rodrigues dos Santos e a Gradiva chegaram a um acordo que confere à televisão pública o direito de opção da maior parte das obras de ficção do escritor.
Ao abrigo do documento assinado entre as partes envolvidas, a RTP tem um ano para exercer a opção de adaptação dos romances A Filha do Capitão, O Codex 632, O Sétimo Selo e A Vida Num Sopro. Caso exerça opção sobre uma única destas obras, o prazo de direito de opção por um ano para todas as restantes é automaticamente renovado.
O acordo envolve ainda, e nos mesmos termos, todas as obras de ficção que o escritor vier a publicar enquanto for jornalista da RTP.
As adaptações poderão ser feitas para televisão ou cinema, em série ou em filme, em regime de produção exclusiva pela RTP ou de co-produção com entidades nacionais ou internacionais.
Com este acordo, o autor, para além das funções de jornalista que desenvolve na RTP desde 1990, envolve-se deste modo também na área de criação ficcional da empresa.
José Rodrigues dos Santos já publicou seis romances traduzidos em 15 línguas. É actualmente um dos mais prolíficos e bem sucedidos escritores da nova geração, com quase 800 mil exemplares vendidos só em Portugal.
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Jovens artistas portugueses
Alunos portugueses vão expor na Tate Modern
12 02 2009 18.28H
Os trabalhos das escolas EB2/3 Bartolomeu Dias de Sacavém, da EB1 da Ribeira de Baixo (Gondomar), e do Instituto Educacional do Juncal (Leira) são os três trabalhos premiados da 2.ª edição do UISAP – Unilever International School Arts Project, e dois deles vão marcar presença num exposição na Tate Modern, em Londres, no mês de Abril.
Filipa Estrela festrela@destak.pt
School Arts Project, e dois deles vão marcar presença num exposição na Tate Modern, em Londres, no mês de Abril.
As obras premiadas foram Viagem dos Sentidos, um trabalho de grupo, representado por Margarida Filipe Augusto, de 12 anos, do segundo ciclo do Instituto Educacional do Juncal, em Leira; Place Without Space, um trabalho de grupo, representado por Mileidy Safira Pereira Fernandes Furtado, de 11 anos, do segundo ciclo da EB2/3 Bartolomeu Dias de Sacavém; e Árvore da Vida, um trabalho de grupo, representado por Fernando Barbosa, de 6 anos, realizado pelo primeiro ciclo da EB1 da Ribeira de Baixo, Gondomar.
As obras foram examinadas por um Júri nacional, composto pelos artistas plásticos Joana Vasconcelos, Cecília Guimarães e Eurico Gonçalves; por Leonor Nazaré, em representação do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian; pelo arquitecto Augusto Silva e ainda por Luís Mesquita Dias, CEO da Unilever Jerónimo Martins.
Coube a outro júri, desta vez internacional, escolher excepcionalmente dois trabalhos portugueses (estava previsto escolher apenas um), devido à «elevadíssima qualidade dos trabalhos». Margarida Augusto e Mileidy Furtado vão assim a Londres conhecer alguns dos mais famosos circuitos culturais e artísticos da cidade, em convívio com os outros 14 jovens finalistas.
O UISAP foi criado pela Unilever em parceria com a Tate, com o objectivo de promover a criatividade e a vitalidade dos mais novos. Nesta edição, o mote dos trabalhos era Espaços e Lugares, e despertou o interesse de 65 escolas, que apresentaram 457 projectos.
É o segundo ano que Portugal participa no UISAP, um programa reconhecido pela Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação como um instrumento privilegiado para aumentar os níveis de literacia artística.
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"You Are Being Lied to About Pirates"
Johann Hari
Who imagined that in 2009, the world's governments would be declaring a new War on Pirates? As you read this, the British Royal Navy - backed by the ships of more than two dozen nations, from the US to China - is sailing into Somalian waters to take on men we still picture as parrot-on-the-shoulder pantomime villains. They will soon be fighting Somalian ships and even chasing the pirates onto land, into one of the most broken countries on earth. But behind the arrr-me-hearties oddness of this tale, there is an untold scandal. The people our governments are labeling as "one of the great menace of our times" have an extraordinary story to tell -- and some justice on their side.
Pirates have never been quite who we think they are. In the "golden age of piracy" - from 1650 to 1730 - the idea of the pirate as the senseless, savage thief that lingers today was created by the British government in a great propaganda-heave. Many ordinary people believed it was false: pirates were often rescued from the gallows by supportive crowds. Why? What did they see that we can't? In his book Villains of All nations, the historian Marcus Rediker pores through the evidence to find out. If you became a merchant or navy sailor then - plucked from the docks of London's East End, young and hungry - you ended up in a floating wooden Hell. You worked all hours on a cramped, half-starved ship, and if you slacked off for a second, the all-powerful captain would whip you with the Cat O' Nine Tails. If you slacked consistently, you could be thrown overboard. And at the end of months or years of this, you were often cheated of your wages.
Pirates were the first people to rebel against this world. They mutinied against their tyrannical captains - and created a different way of working on the seas. Once they had a ship, the pirates elected their captains, and made all their decisions collectively. They shared their bounty out in what Rediker calls "one of the most egalitarian plans for the disposition of resources to be found anywhere in the eighteenth century." They even took in escaped African slaves and lived with them as equals. The pirates showed "quite clearly - and subversively - that ships did not have to be run in the brutal and oppressive ways of the merchant service and the Royal navy." This is why they were popular, despite being unproductive thieves.
The words of one pirate from that lost age - a young British man called William Scott - should echo into this new age of piracy. Just before he was hanged in Charleston, South Carolina, he said: "What I did was to keep me from perishing. I was forced to go a-pirating to live." In 1991, the government of Somalia - in the Horn of Africa - collapsed. Its nine million people have been teetering on starvation ever since - and many of the ugliest forces in the Western world have seen this as a great opportunity to steal the country's food supply and dump our nuclear waste in their seas.
Yes: nuclear waste. As soon as the government was gone, mysterious European ships started appearing off the coast of Somalia, dumping vast barrels into the ocean. The coastal population began to sicken. At first they suffered strange rashes, nausea and malformed babies. Then, after the 2005 tsunami, hundreds of the dumped and leaking barrels washed up on shore. People began to suffer from radiation sickness, and more than 300 died. Ahmedou Ould-Abdallah, the UN envoy to Somalia, tells me: "Somebody is dumping nuclear material here. There is also lead, and heavy metals such as cadmium and mercury - you name it." Much of it can be traced back to European hospitals and factories, who seem to be passing it on to the Italian mafia to "dispose" of cheaply. When I asked Ould-Abdallah what European governments were doing about it, he said with a sigh: "Nothing. There has been no clean-up, no compensation, and no prevention."
At the same time, other European ships have been looting Somalia's seas of their greatest resource: seafood. We have destroyed our own fish-stocks by over-exploitation - and now we have moved on to theirs. More than $300m worth of tuna, shrimp, lobster and other sea-life is being stolen every year by vast trawlers illegally sailing into Somalia's unprotected seas. The local fishermen have suddenly lost their livelihoods, and they are starving. Mohammed Hussein, a fisherman in the town of Marka 100km south of Mogadishu, told Reuters: "If nothing is done, there soon won't be much fish left in our coastal waters."
This is the context in which the men we are calling "pirates" have emerged. Everyone agrees they were ordinary Somalian fishermen who at first took speedboats to try to dissuade the dumpers and trawlers, or at least wage a 'tax' on them. They call themselves the Volunteer Coastguard of Somalia - and it's not hard to see why. In a surreal telephone interview, one of the pirate leaders, Sugule Ali, said their motive was "to stop illegal fishing and dumping in our waters... We don't consider ourselves sea bandits. We consider sea bandits [to be] those who illegally fish and dump in our seas and dump waste in our seas and carry weapons in our seas." William Scott would understand those words.
No, this doesn't make hostage-taking justifiable, and yes, some are clearly just gangsters - especially those who have held up World Food Programme supplies. But the "pirates" have the overwhelming support of the local population for a reason. The independent Somalian news-site WardherNews conducted the best research we have into what ordinary Somalis are thinking - and it found 70 percent "strongly supported the piracy as a form of national defence of the country's territorial waters." During the revolutionary war in America, George Washington and America's founding fathers paid pirates to protect America's territorial waters, because they had no navy or coastguard of their own. Most Americans supported them. Is this so different?
Did we expect starving Somalians to stand passively on their beaches, paddling in our nuclear waste, and watch us snatch their fish to eat in restaurants in London and Paris and Rome? We didn't act on those crimes - but when some of the fishermen responded by disrupting the transit-corridor for 20 percent of the world's oil supply, we begin to shriek about "evil." If we really want to deal with piracy, we need to stop its root cause - our crimes - before we send in the gun-boats to root out Somalia's criminals.
The story of the 2009 war on piracy was best summarised by another pirate, who lived and died in the fourth century BC. He was captured and brought to Alexander the Great, who demanded to know "what he meant by keeping possession of the sea." The pirate smiled, and responded: "What you mean by seizing the whole earth; but because I do it with a petty ship, I am called a robber, while you, who do it with a great fleet, are called emperor." Once again, our great imperial fleets sail in today - but who is the robber?
Johann Hari is a writer for the Independent newspaper. To read more of his articles, click here. or here.
POSTSCRIPT: Some commenters seem bemused by the fact that both toxic dumping and the theft of fish are happening in the same place - wouldn't this make the fish contaminated? In fact, Somalia's coastline is vast, stretching to 3300km. Imagine how easy it would be - without any coastguard or army - to steal fish from Florida and dump nuclear waste on California, and you get the idea. These events are happening in different places - but with the same horrible effect: death for the locals, and stirred-up piracy. There's no contradiction.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Cientistas portugueses
As descobertas de João Zilhão
É o arqueólogo mais citado do mundo, em conjunto com o seu colega italiano Francesco d'Errico, com quem trabalhou em vários projectos, tem dezenas de artigos em publicações científicas de referência mundial, e ficou conhecido em Dezembro de 1998 por chefiar a equipa internacional que descobriu perto de Leiria as ossadas com quase 30 mil anos do primeiro híbrido entre o homem de Neandertal e o homem moderno (Homo Sapiens), baptizado de criança do Lapedo. Hoje, João Zilhão é professor catedrático de Arqueologia Paleolítica na Universidade de Bristol, estando de licença sabática para escrever uma monografia - que será publicada pela Oxford University Press no final do ano - sobre os restos mais antigos da Europa do homem moderno, investigados pela mesma equipa do Lapedo numa gruta do sudoeste da Roménia, num projecto financiado pela National Science Foundation (EUA).
O cientista reparte o seu tempo entre o Reino Unido, Portugal e Espanha, onde está a investigar grutas na região de Múrcia, com o apoio da universidade local. "Um dos temas-chave da arqueologia nos últimos anos, que está no centro dos debates sobre a evolução humana, é o cruzamento do Neandertal com o homem moderno", sublinha João Zilhão. E o consenso a que se está a chegar "é que o homem moderno terá surgido em África há 150/200 mil anos e que há 50/60 mil anos ele começou a espalhar-se - por migrações ou por cruzamentos - pela Europa e pela Ásia, porque tinha genes vantajosos do ponto de vista da selecção natural". Então, "em maior ou menor escala terá havido uma miscigenação entre a população de origem africana (homem moderno) e os Neandertais", que viveram na Península Ibérica até há cerca de 36 mil anos.
As borboletas de Patrícia Beldade
A formação e variação dos padrões coloridos nas asas das borboletas como exemplo de diversidade e evolução tem sido o alvo da investigação de Patrícia Beldade, 36 anos, e já deu origem à publicação de artigos em revistas científicas de referência mundial. A começar pelo primeiro artigo da sua carreira, relacionado com a tese de doutoramento em genética evolutiva e do desenvolvimento, que saiu na revista britânica "Nature" em 2002 e ficou a dever-se à borboleta africana da espécie Bicyclus anyana. O último artigo acaba de ser aceite pela revista "PLoS Genetics" e refere-se a um estudo que comparou duas espécies de borboletas que divergiram há 100 milhões de anos, tendo concluído que ainda hoje têm muito em comum na forma como os genes relacionados com os padrões coloridos das asas estão ordenados.
A investigadora do Instituto de Biologia da Universidade de Leiden, na Holanda, diz que não tem qualquer preferência por borboletas ou por insectos, "porque importa muito mais a pergunta a que queremos responder do que o animal ou planta que é objecto do nosso estudo". O importante é, assim, "entender os fenómenos e processos gerais da evolução, para lá dos organismos que escolhemos". É por isso que o objectivo central do trabalho da bióloga é estudar "a forma como o desenvolvimento dos seres vivos pode ser mudado pelos genes ou pelo ambiente para produzir variação, que é a matéria-prima da evolução através da selecção natural". Ou, como os cientistas dizem, "conhecer a base genética das características complexas, saber como podem mudar o processo de desenvolvimento desde o ovo até ao adulto".
Os ossos humanos de Eugénia Cunha
Vive rodeada de ossos humanos e lê-os de uma perspectiva evolutiva e forense. É desde há 11 anos consultora de antropologia forense do Instituto Nacional de Medicina Legal, ajudando a determinar a causa da morte em alguns casos, e tem colaborado com a Liga dos Combatentes na identificação de militares mortos na guerra da Guiné. Em Março regressa a este país para mais uma missão de exumação e identificação de restos mortais enterrados no cemitério de Farim. É também a antropóloga que pretende abrir o túmulo de D. Afonso Henriques para obter amostras de ADN que lhe permitam traçar o perfil biológico do primeiro rei português, projecto recusado em 2006 pela então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. A área forense é apenas o interesse mais recente desta investigadora, que há 23 anos usa os ossos para estudar a evolução humana.
"Os ossos humanos são o que de mais real existe do nosso passado. E o facto de guardarem muitas informações sobre as pessoas a que pertenceram e o modo como interagiram com o meio ambiente faculta-nos um meio insubstituível de conhecer a nossa história evolutiva", afirma. O esqueleto, "ao fazer a ponte entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos", fornece um elemento imprescindível "para se conhecer a nossa própria história natural".
Um dos locais privilegiados para este trabalho têm sido os concheiros mesolíticos de Muge, no baixo vale do Tejo, um dos mais importantes sítios pré-históricos de Portugal. Aí "continuam a ser recuperados esqueletos humanos" que fornecem pistas importantes sobre "o período crucial da Humanidade que foi o deixar de ser nómada para se tornar sedentária"
A evolução de Catarina Pinho
É uma das mais promissoras biólogas nacionais, garante Nuno Ferrand, director do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, onde Catarina Pinho está a fazer o pós-doutoramento: "É a mais brilhante aluna que tive em 30 anos de ensino." Tantos quantos os da jovem cientista, contemplada com uma bolsa de investigação da Fundação Gulbenkian, no valor de 50 mil euros, para desenvolver um projecto na fronteira das ciências da vida. A Catarina interessa estudar a evolução e perceber o modo como ela se processa. "Procuro compreender os mecanismos pelos quais ocorre a diversificação biológica, desde o isolamento das populações até à formação de novas espécies."
Para isso socorre-se da genética, comparando porções de ADN de indivíduos pertencentes a populações de uma espécie ou de espécies diferentes, para assim poder determinar relações de "parentesco" evolutivo, o que a levou a inscrever-se numa segunda licenciatura, em Matemática, para melhor dominar as ferramentas da genética. "Estes métodos permitem-nos viajar no tempo; olhar para os padrões de variabilidade genética que encontramos actualmente ajuda-nos a perceber não só o presente mas também o passado desses organismos", refere a cientista. "Procuramos descrever o modo como ocorreu a evolução e tentar explicar os processos, sejam eles biológicos, climáticos, geológicos ou outros, que ajudaram a moldar a diversidade biológica." Catarina procura agora desvendar um "quebra-cabeças evolutivo": o que está por detrás da enorme diversidade ocorrida num tão curto espaço de tempo nos ciclídeos do lago Malawi, peixes coloridos que estão descritos em cerca de 600 espécies diferentes.
(Texto publicado na edição impressa do Expresso, de 7 de Fevereiro de 2009)
Nuno Raimundo
Um investigador português identificou um mecanismo molecular de formação de tumores benignos do músculo liso do útero, conhecidos por miomas, definindo assim um novo alvo para tratamentos que evitariam cirurgias e complexas consequências pós-operatórias.
Este avanço científico consta de um estudo de uma equipa internacional de que é primeiro autor Nuno Raimundo, estudante de doutoramento na Universidade de Helsínquia (Finlândia), e que acaba de ser divulgado na edição online da Oncogene, a revista do grupo Nature especializada em cancro.
"Estes tumores são geralmente benignos, mas causam problemas terríveis às mulheres, como perdas de sangue, dores e infertilidade, e na maior parte dos casos levam a que as pacientes sejam submetidas a histerectomias (remoção do útero)", disse o investigador à Lusa que, neste momento, trabalha já como cientista na Universidade de Yale, Estados Unidos.
O estudo foi realizado em Helsínquia num laboratório que trabalha com doenças mitocondriais, ou seja, causadas por defeitos nos mitocôndrios e que resultam em deficiente produção de energia metabólica.
No caso específico dos miomas existe um defeito numa proteína mitocondrial (a fumarase, ou FH), que impede as células de respirar com a eficiência necessária.
Nos casos mais graves (em que as duas cópias do gene FH, uma herdada da mãe e outra do pai, estão ambas mutadas) as doentes morrem muito novos (1-2 anos de idade), sendo que nos casos em que só uma cópia está mutada há uma elevadíssima predisposição para o desenvolvimento de tumores, em particular do músculo liso no útero e na pele, mas também de cancro do rim, ovário e testículo, entre outros menos comuns.
"Por esta razão", explicou, "o FH funciona como um gene supressor de tumor, já que o suprime quando há uma cópia do gene normal e lhe dá origem quando a cópia normal se perde".
O trabalho de Nuno Raimundo consistiu em identificar mecanismos de ligação entre os defeitos no FH e a formação de tumores, tendo para isso utilizado células com esses defeitos e recorrido a tecnologia de microchips para medir os níveis de expressão de todos os genes dentro das células.
"O que encontrei foi uma rede de genes associada à proteína SRF (Factor de Resposta ao Soro) que estava sempre reprimida nas células em que o FH não funcionava e constatei não só que isso se passava em miomas, em comparação com o útero normal, mas sobretudo que essa rede é fundamental para a formação do músculo liso maduro", afirmou.
O que resulta do estudo, sublinhou, "é que quando o FH não funciona, as células que dão origem ao músculo liso, em vez de se diferenciarem em células do músculo e pararem de se dividir, continuam a proliferar, levando à formação de miomas".
Na sua perspectiva, a identificação da rede de genes associados ao SRF identifica um alvo claro para possíveis novas abordagens terapêuticas.
"Como menos SRF está associado à formação de tumores, manipulando as vias de sinalização dentro da célula que podem aumentá-lo poderá resultar na prevenção da formação de miomas e, possivelmente, na remissão dos miomas já formados", concluiu.
Perfil
Nuno Raimundo, 32 anos, licenciou-se em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 2000 e foi para a Finlândia em 2003 como estudante de doutoramento no Helsinki Biomedical Graduate School, onde defende a sua tese em Fevereiro. Entretanto, trabalha já como cientista na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
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