Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta poesia. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

José Agostinho Baptista

RESPIRAÇÃO

Recolhes-te, sumptuosamente lírica,
alta como um mês de gladíolos.
Falas em surdina, sobre o clamor do mundo.
Rodeada de incenso, acordas as tuas fontes,
derramas-te pela colina.
Um rio corre entre os teus braços, fechados à
volta de um nome
odeie,
o que dançava sob os arcos estelares.
As águas calam-se.
A lua agita os grandes leques brancos.
Decifra agora esta linha que arde como
arde uma inteligível mão
a dele,
o que se despenhava ao cimo da paixão.


JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA (1948)
Biografia

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Poesia

Deixai os doidos governar entre comparsas!
Deixai-os declamar dos seus balcões
Sobre as praças desertas!
Deixai as frases odiosas que eles disserem,
Como morcegos à luz do Sol,
Atónitas baterem de parede em parede,
Até morrerem no ar
Que as não ouviu
Nem percutiu
À distância da multidão que partiu!
Deixai-os gritar pelos salões vazios,
Eles, os portentosos mais que os mares,
Eles, os caudalosos mais que os rios,
O medo de estar sós
Entre os milhares
De esgares
Reflectidos dos colossais
Cristais
Hílares
Que a sua grandeza lhes sonhou!

Reinaldo Ferreira
Poemas
Estudo de José Régio
Prefácio de Guilherme de Melo