Nobel da Medicina
Luc Montagnier admite cura da sida através de vacina terapêutica
Um dos galardoados com o Prémio Nobel da Medicina de 2008, o virologista francês Luc Montagnier, admitiu numa entrevista à agência Lusa a cura da sida através de uma vacina terapêutica
O investigador que isolou e identificou o vírus da Sida, juntamente com a sua colega Françoise Barre-Sinoussi, falou à Lusa em 30 de Maio no Estoril, onde se deslocou para participar no I Congresso Ibérico Anual sobre Medicina Anti-Envelhecimento e Tecnologias Biomédicas.
Barre-Sinoussi, Monagnier e o investigador alemão Harald zur Hausen foram os vencedores do Prémio Nobel da Medicina e da Fisiologia, hoje atribuído.
«Tem que se conseguir restabelecer totalmente o sistema imunitário para que o próprio doente possa lutar contra o vírus e isso não pode ser apenas através de medicamentos, porque os vírus desenvolvem novas formas de resistência, o que torna a corrida sem fim. Poderemos ter uma cura pela vacina», argumentou.
Montagnier têm-se batido desde há 10 anos pelo desenvolvimento de uma vacina terapêutica e lembrou que têm ocorrido «fracassos» na vacina preventiva.
Na sua perspectiva, o desenvolvimento de uma vacina terapêutica seria mais «simples e rápido» devido ao envolvimento de um menor número de pacientes nos ensaios clínicos.
O acesso a este tipo de vacina também seria mais fácil que aos medicamentos: «A toma de medicamentos tem que ser feita todos os dias e em países com muitas pessoas infectadas é impossível um tratamento durante toda a vida porque é muito caro. [A existir], com a vacina bastariam três administrações».
Luc Montagnier disse ainda à Lusa que a prevenção deve ser feita sobretudo através da educação e que o combate à infecção da SIDA também tem de levar em conta os níveis de vida da população.
«Em África as pessoas não têm acesso a água grátis, são pobres. Se pudermos melhorar os níveis de vida, mais homens não irão aceitar relações sexuais desprotegidas», ilustrou.
Por outro lado, o virologista considerou necessária a criação de «centros de medicina preventiva», onde as pessoas possam fazer exames completos, com recurso às novas tecnologias, e onde sejam identificados o «stress oxidativo e os agentes infecciosos que provocam as doenças».
Lusa/SOL
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Há 11 anos
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